Inspiração que vem do cotidiano

No Dia Mundial do Compositor (15 de janeiro), a gente conta um pouco da história de Hélio Machado, estudante de música da ETE de Criatividade Musical.

Nascido em Jaboatão dos Guararapes, em 1985, Hélio Machado da Silva Neto – ou simplesmente Hélio Machado – descobriu na música uma das maiores paixões da vida. O menino, que desistiu da carreira militar para viver do seu maior sonho, desde pequeno já cantava. “Comecei cantando na igreja e após me desligar dela comecei a aprender a tocar violão”, relembra. Entre um tempo livre e outro, Hélio escrevia algumas coisas, pois sempre gostou de rabiscar palavras. “As aulas de violão vieram para musicar o que eu escrevia”, conta.  Hoje, com 32 anos de idade, Hélio divide suas horas em uma rotina de muito estudo na Escola Técnica Estadual (ETE) de Criatividade Musical, além de shows, aulas de violão, contação de histórias afro, recreador musical em hospitais geriátricos e composições.

Hélio relembra que a saída da Aeronáutica para se dedicar à música, na época, não foi muito bem encarada pelos seus pais. “Hoje, eles me veem como um profissional da área. A partir do momento que eu ganho um prêmio – ele ganhou em 2016 o Prêmio Mestre Saúba como reconhecimento cultural da terra (Jaboatão) – e começo a ganhar o meu dinheiro, por exemplo, eles começam a perceber que realmente eu nasci pra música e quero viver disso”, revela.

A primeira composição do músico – Riomarilha - nasceu em 2008 e foi inspirada em um dos cartões-postais do bairro de Barra de Jangada, composto pelo encontro do rio, do mar e da Ilha do Amor. “Ela aprendeu a jogar tarrafa com jangadeiros de Jaboatão e me prendeu na Ilha do Amor / me soltou no mar de uma paixão / sou mais um camurim no arrastão”. Com apenas seis anos de carreira de músico profissional, Hélio já contabiliza mais de 70 composições. “Destas, 31 são registradas”, completa.

Para Hélio, as composições surgem de várias formas. “Eu componho em vários locais, no ônibus, em casa quando estou sozinho… essa conversa que a gente tá tendo aqui, não agora, mas eu posso guardar alguma frase deste momento e lá na frente eu posso precisar dela”, diz. Uma de suas composições, A cobra e o leão, surgiu quando, pela primeira vez, Hélio foi a um estádio de futebol assistir o duelo entre Sport e Santa Cruz. “Essa 'briga', que parecia mais um relacionamento, inspirou um samba que fala da relação entre a cobra e o leão”, conta.

Apesar de pouco tempo de estrada, profissionalmente falando, Hélio já começa a colher bons frutos do talento que possui. Em breve, uma de suas composições poderá ser ouvida no CD da cantora de samba Riá Oliveira. “Eu vi Riá cantando e entrei em contato com ela dizendo que gostaria de mandar algumas músicas. Fui no show dela e percebi a personalidade dela, entendi melhor o que ela gostava de cantar, e escrevi a música Partido Dolente. Ela gostou e logo de cara me disse que estaria no seu próximo CD”, conta.

Passeando por vários estilos, Hélio diz que suas inspirações são cantores como Gilberto Gil, Gonzaguinha e Chico Science. “Eu amo Gil. Uma coisa que ele faz e eu me espelho muito é essa versatilidade que ele tem. Ele já gravou um CD só de samba, um só de reggae, forró… Então, eu acho que meu mundo gira em torno de tudo isso, da música. Eu posso gravar um brega, um samba, um rap, o que eu quiser. Mas, independentemente do estilo que eu venha a cantar, o público sempre vai encontrar um pouco de Nordeste ali. Essa é minha essência”, ressalta.

Atualmente, Hélio se prepara para lançar o seu primeiro CD, com título provisório Para Todos, no mês de março. “Acho que vai ficar esse mesmo (risos). No início de março a gente realiza um show de pré-lançamento no Teatro Arraial, na Rua da Aurora, e o disco tem previsão de lançamento mesmo no final do mesmo mês”, adianta. 

Assessoria de Comunicação SEDUC - 13/01/2017 13:55h

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